Esta foi a ida ao Cinema que marcou a minha paixão pelas salas de cinema. Não propriamente pelo Plaza – Sala 1, que, não era extraordinária, mas por outras razões. Primeiro pelo tom melancólico, triste, cómico e poético do filme: o auge e a destruição do cinema da aldeia onde vivia Salvatore na sua infância e adolescência, e a relação com o projecionista Alfredo. Quem nunca se emocionou com aquele final com os beijos censurados que o amigo guardou é porque tem um bloco de cimento em vez de um coração.
Depois porque me cruzei por acaso com um amigo dos meus pais no final do filme que partilhou comigo as suas vivências nos cinemas antigos de Lisboa, que, em 1990, estavam a desaparecer. Foi quase uma continuação do filme que o tornou por isso ainda mais especial, e, talvez por isso, acompanhei com mais atenção todas as grandes e pequenas salas que fechavam em catadupa, e outras que iam abrindo.
Museu dos Cinemas 