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Quando a 30 de outubro de 1964 abriu ao público o cinema Estúdio/Império, no espaço por cima do segundo balcão do edifício, começou a mudança nos hábitos do público e alterou-se irremediavelmente o conceito inicial das catedrais de cinema com mais de mil lugares.
Por um lado, a partir daqui, sucederam-se um pouco por todo o lado as pequenas salas estúdio entre 200 e 300 lugares que não ficaram circunscritas em espaços construídos de raíz para o cinema, mas que nasceram no interior de galerias comerciais, caves ou até antigas garagens. Tinham originalmente uma programação menos comercial, de autor e de outros locais para além dos E.U.A. No caso do Estúdio não faltavam estreias e reposições de filmes portugueses.
Por outro lado estes estúdios em localizados no interior de salas de grande escala remetiam os recintos maiores para títulos puramente comerciais, com a expetativa de encherem plateia e balcões.
O Satélite/ Monumental nasceu em fevereiro de 1971 e ocupou o espaço originalmente dedicado ao Salão de Chá. Foi o arquiteto original do Monumental, Rodrigues Lima, o responsável por esta adaptação conferindo ao interior deste cinema de 208 lugares um estilo sóbrio e elegante. Romy Schneider e Michel Piccoli protagonizaram o primeiro filme exibido “Coisas da Vida”, marcando o tipo de cinema que iria ser mostrado até ao encerramento em 1983.
Mais tarde, já nos anos 1980, o S. Jorge seria dividido em três salas, tal como o Mundial, numa lógica já de multiplex, com um pendor fortemente comercial e não da exibição de um cinema alternativo e de autor. Esta foi a estratégia que comandou nos primeiros tempos, o tipo de programação destas primeiras salas estúdio nascidas dentro dos gigantes do cinema de Lisboa e também do Porto (a Sala Bebé, no interior do Batalha é outro bom exemplo).
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