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Tive a oportunidade de entrar quando, nos finais de 1990, já não se projectavam lá filmes e apenas se jogava ao bingo. Manteve a fachada mas chamava-se Edifício Avenida. Não joguei ao bingo mas tive a oportunidade de descobrir alguns apontamentos do interior que se mantinham inalterados desde a sua inauguração em 1949: o salão de festas do primeiro andar, a escultura de Teixeira Lopes (sobrinho) e algumas obras de Euclides Vaz.
A traça modernista deste espaço criado por Rodrigues Lima, o autor do Monumental que viria a inaugurar poucos anos depois, sobressai do exterior. Mas, além desta alma de antigo recinto de espetáculos (que teve até há pouco tempo uma nova dinâmica cultural), o Cine-Teatro Avenida fica marcado por ter sido o espaço onde decorreu em 1973 o terceiro Congresso da Oposição Democrática que pretendia congregar todos os movimentos e ideologias numa lista única para candidatura às eleições legislativas de 1973. Uma sala que não serviu apenas para filmes e espetáculos.
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